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22 de janeiro de 2015

O mito de Atalanta



 

Atalanta foi uma heroína cuja coragem e capacidades como caçadora e corredora eram iguais às de qualquer homem. Foi abandonada no topo de uma montanha, logo depois de seu nascimento.
 
Encontrada e alimentada por uma ursa, tornou-se uma bela mulher. Um caçador chamado Meléagro tornou-se seu amante e companheiro. E o par de caçadores ficou bem conhecido e famoso por toda a Grécia, principalmente por sua participação na caça ao javali de Cálidon. Meléagro morreu nos braços dela pouco depois disso. Então Atalanta deixou a montanha, onde juntos caminhavam, para se confrontar com seu pai e ser reconhecida como herdeira de seu trono.
 
A essa altura muitos pretendentes se apresentaram para pedir sua mão em casamento, mas ela tratou a todos eles com desdém. Quando surgiu um clamor para que ela escolhesse entre eles, disse que se casaria com o homem que pudesse vencê-la numa corrida a pé. Se ele ganhasse, ela se casaria com ele; se perdesse, ele perderia o direito de viver. Corrida após corrida se sucedeu, com os pés ágeis de Atalanta sempre na liderança.
 
 
Finalmente, o não atlético Hipômenes, que realmente a amava, decidiu participar da corrida, embora isso provavelmente lhe fosse custar a vida. Na noite anterior ao acontecimento ele orou a Afrodite, deusa do amor, pedindo proteção. Ela ouviu seu pedido e lhe deu três maçãs de ouro para usar na corrida.
 
No início da corrida, Hipômenes atirou a primeira maçã de ouro no caminho de Atalanta. Ela ficou atraída pela beleza de seu brilho e diminuiu a velocidade para pegá-la. Hipômenes ganhava terreno na corrida enquanto ela olhava fixamente a maçã de ouro em sua mão. com o reflexo, ela viu seu próprio rosto, distorcido pelas curvaturas da maçã: "É assim que vou ser quando ficar velha", pensou ela.
 
Depois ele atirou a segunda maçã no seu caminho. Atalanta, mais uma vez, concentrou-se na corrida e facilmente ganhou de Hipômenes. Quando parou para ver a segunda maçã de ouro de Afrodite, as lembranças de Melagro, seu amante falecido, brotaram dentro dela. Desejos ardentes de intimidade física e emocional foram excitados por Afrodite.
 
A reta final estava na mira quando Atalanta empatou a partida até mesmo com Hipômenes. Ela estava quase para ultrapassá-lo e ganhar, quando Hipômenes deixou cair a terceira maçã de ouro. Por uma fração de segundo, Atalanta hesitou: ela passaria o limite final e ganharia a corrida, ou pegaria a maçã e perderia? Atalanta decidiu-se pela maçã, exatamente quando Hipômenes atravessou a linha final para ganhar a corrida e tê-la como esposa.
 
Este mito nos traz vários ensinamentos através da alegoria de cada maçã dada por Afrodite, aprendemos sobre a consciência da passagem do tempo,
mulheres atarefadas ficam inconscientes do passar do tempo, até que num dado momento, na meia idade, os desafios de alcançar os objetivos diminuem, aí então a mulher se conscientiza que sua juventude não é eterna e começa a repensar sua trajetória, seu caminho de vida.

É neste período que a mulher toma consciência da importância do amor e ativa sem perceber o arquétipo da deusa Afrodite. Os interesses passam a ser o dar e receber amor, a intimidade e também podem desejar ter filhos, impulsionadas pelo arquétipo da deusa Deméter.
 
O empreendedorismo típico dos arquétipos das deusas Atenas e Ártemis torna-se menos importante. Em seu lugar, a  força gerada por Afrodite induz a mulher a ir  em busca de experiências através do amor de outra pessoa.A alquimia do prazer, da beleza, do desejo, voltar-se para seu interior  a fim de refletir externamente a sua feminilidade, a  importância da troca em um relacionamento. 
 
Todas nós, mulheres deste século, temos que ter ciência da necessidade tanto da intimidade quanto da independência, do equilíbrio entre as duas coisas. Reconhecer a importância do amor, assim como fez Atalanta, também é necessário para as mulheres independentes, para que saibam o que é mais importante em suas vidas.





Fonte: Wikipédia
            Livro A Deusa e a Mulher

 
 

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