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27 de janeiro de 2012

A CARIDADE NO BANCO DOS RÉUS

A partir de hoje estarei postando no nosso Blog, histórias, contos e causos que tragam luz e racíocinio para a nossa FÉ, a escolha da história será sempre feita em parceira com um grande amigo e irmão da espiritualidade FIRMINO como gosta de ser chamado, vamos aproveitar esta oportunidade este gesto de amor, que a simplicidade destes contos possa nos trazer muitos ensinamentos! AXÉ!!!




IRMÃ DULCE - SENHORA DA CARIDADE!
( conterrânea e amiga de nosso irmão FIRMINO)




A CARIDADE NO BANCO DOS RÉUS!


-Mande entrar a ré! - ordenou o juíz.


O tribunal estava montado. A mulher, com passos tímidos, avançou e acomodou-se no banco dos réus. O advogado da acusação estava preparado: as perguntas, direcionadas à ré, fizeram-se ouvir na sala da justiça:


-Qual o seu nome?

- CARIDADE- respondeu a interpelada.

- A senhora sabe que está sendo acusada de alimentar a ociosidade e a preguiça dos indigentes da nossa cidade criando obstáculos para que a municipalidade os eduque e os instrua nos conceitos da cidadania?


- Sim

-A senhora reconhece que, com sua ação, dita caridosa, tem contribuído para o aumento da indulgência sustentada?

-Não

-Consta nos autos do processo que a senhora, na sua instituição, atende pessoas de má vida, consideradas pela lei como contraventoras e até criminosas, e que a senhora não faz distinção entre estes e os cidadãos de bem. Confirma?

- Sim

- Meritíssimo, nada mais tenho a inquirir à acusada- declarou o porta- voz da acusação.

Nesse momento o juíz convoca o advogado de defesa. Prontamente ele se coloca diante da acusada e lhe indaga:

- A Senhora tem na memória há quanto tempo se dedica a socorrer as necessidades humanas?


-Não.


Voltando-se para os jurados, o causídico inicia a defesa:


-Sabemos, e isto é conhecido de todos nesta cidade e nas cidades vizinhas, que a acusada, como seu carinho e a sua dedicação, tem convertido almas para o bem, principalmente aquelas que a procuram na condição de contraventores e criminosos, e que hoje são pessoas trabalhadoras e honradas.Poderíamos citar aqui uma centena delas. Devo acrescentar ainda que, para a municipalidade instruir nossos irmãos indigentes e reintregá-los à sociedade, é necessário que eles estejam vivos! Não fosse o trabalho de amor, socorrendo com remédios, alimentos e roupas a esses infelizes, quantos não teriam sucumbido de fome e de frio? Não fosse ainda o calor humano que empresta a nossa irmã aqui acusada a esses irmãos, quantos, no auge do desespero, não teriam praticado o sucídio na fuga desesperada do sofrimento?


Quanto ao nobre cidadão que a procurou na boa fé, e cuja história consta dos autos, saibam os senhores que, sobrevivem da ação caridosa da nossa irmã acusada.

Para a surpresa de todos, complementou sua defesa fazendo uma inspirada exaltação. Com os braços estendidos na direção do banco dos réus, afirmou:



" SENHORA CARIDADE! DAMA DO EVANGELHO! RAINHA DA LUZ! "


Procurei por você entre os ricos que distribuem as sobras, mas fui encontrá-la entre os mendingos que repartem entre si as migalhas que os alimenta e os trapos que os aquecem.

Procurei por você nos grandes templos da religiões do mundo, mas fui encontrá-la entre o povo, estendendo suas mãos generosas, socorrendo a necessidade humana, oferecendo, além do pão, o calor da fraternidade e do amor que reconforta o espírito.


Seguindo o seu rastro de luz, pude ver muitas feridas do corpo e da alma cicatrizando-se ante a ação do seu inigualável amor.

E hoje você está aqui! Diante do tribunal da insensatez humana sendo julgada por amar demais seus semelhantes.


Sei que as leis que orientam o seu coração estão além das leis mesquinhas dos homens. Por isso, peço-te, perdoa-nos alma querida e justa pois os homens ainda não sabem o que fazem."


Encerrada a defesa, o júri absorve a acusada por unanimidade.




POR IRMÃO X

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente Irmã Dulce é a nossa personalidade que mais representa a caridade humana e o povo da Bahia, gostei muito do artigo e deste trabalho por uma entidade Bahia.

Josélia