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5 de fevereiro de 2018

O CONTO “JOÃO E O SAPO” E SUAS RELAÇÕES COM OS CHACRAS



Era uma vez um João que era tão bobo, mas tão bobo, que o seu pai o botou para fora de casa e o enxotou do rancho. João correu e correu até chegar na praia, onde sentou na areia.

Um sapo emergiu das águas e disse: João, siga-me! – mas João não obedeceu. Somente depois da terceira ordem João levantou e seguiu o sapo para dentro da água onde teve que servir-lhe no castelo.

Um dia o sapo lhe disse: – Lute comigo! – E João lutou e lutou,e o sapo se transformou numa linda moça –o castelo com todos os seus jardins floridos transladou-se para o mundo terreno.

E João ficou esperto. Casou com a moça, ganhou o castelo, foi falar com o seu pai e depois herdou o rancho também.


ANÁLISE:


O trabalho chacrático de Gudrun Bötheführ, relaciona cada passo do herói com os sete chacras principais, vejam:

O primeiro Chacra, que influencia a confiança primordial que temos na vida, encontra-se sempre na situação inicial do conto, em que tudo parece estar bem, é o ponto de partida do herói, podemos relacioná-lo tambem com o começo da nossa vida, espcialmente o primeiro setenio. Neste conto tomamos a frase: era uma vez um João, nome simples, do povo, e como diz que era “um” João, vale para era uma vez um alguem, cada um de nós é um alguem. Imaginamos que João tem pais, mora num lugar com eles, tem um chão para começar a vida.

Mas rapidamente o conto muda de animo, o João era tão bobo que o seu pai o enxotou do rancho. O segundo Chacra é ligado ao movimento, e tem a ver com o segundo setenio, quando a criança começa a sair de casa para aprender a conhecer o mundo de fora, a escola por exemplo. Normalmente o movimento acontece quando algo faz falta, e está claro que o problema é que a João lhe falta inteligencia ou sensatez. Ao observar bem a situação percebemos tambem que falta o elemento feminino, pois não se menciona uma mãe ou avó. E João corre e corre até chegar à praia onde senta, por não saber como continuar.

Surge outro elemento, um sapo, e agora é a vez do terceiro Chacra se manifestar, pois tem a ver com a nossa própria força, o nosso potencial, que aparece como um ser que vai nos ajudar a seguir adiante. Parece que João a princípio não entende ou não quer entender a oportunidade que se está apresentando para continuar a sua caminhada. E não é assim conosco?: que muitas vezes não acreditamos em nós mesmos, nem sabemos do que somos capazes, há uma tendencia a se minorizar e desistir diante de desafios. Criamos coragem apenas depois que o conjuge e o melhor amigo e o terapeuta nos deram vários empurrões. João levanta e segue o sapo depois da terceira ordem. Lembrem-se de como foi a nossa vida no terceiro setenio….e observem hoje os filhos adolescentes! O sapo é o ajudante, o elemento que nos ajuda a não estacar.

O quarto Chacra é o Chacra cardíaco, é o coração, o nosso centro, e no conto se apresenta como a prova, a pergunta essencial: quem é voce, do que é capaz? Como reage quando tem que lutar, quando tem que obedecer, quando tem que suportar? Ah, o nosso João faz tudo isso: obedece, trabalha servindo, luta, persiste e consegue vencer o ser mágico que havia exercido todo o seu poder sobre ele. Parece que João adquiriu força, habilidade e confiança em si. João tornou-se adulto, entrou no quarto setenio de vida.

Com isso ele desencanta todo aquele mundo subaquático, e já estamos no quinto Chacra, cujo elemento anímico-espiritual é a verdade. O quinto Chacra se manifesta nos contos sempre naquele momento em que o feitiço se desfaz e os seres mostram a sua verdadeira aparencia. O sapo se torna uma linda moça, o castelo com todos os seus jardins torna-se realidade no mundo terreno.

Com a próxima frase do conto chegamos ao sexto Chacra, aquele do terceiro olho, que tem a ver com sabedoria e intuição: diz que João ficou esperto, quer dizer, aprendeu a lidar com a vida (o conto diz “esperto”, pois inteligencia teria outra conotação bem diferente).

O Chacra coronário, o sétimo, tem a ver com a unidade, a totalidade, que se manifesta muitas vezes na coroação do herói, no casamento ou na volta para casa. João casa com a moça, isto é, encontra o elemento feminino na sua vida. Depois fala com o pai, quer dizer, voltou para casa e encontrou uma ligação com a sua origem e com a sabedoria ancestral, e herda o castelo e o rancho, tornando-se um rei na própria vida.

Texto de Karin Elisabeth Ulex

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